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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Artistas de rua transformam semáforos de Manaus em palcos

Publicado em 2013

No lugar da lona, o semáforo. A plateia dá lugar aos motoristas e a  faixa de pedestre transforma-se em palco. Assim é a rotina de um artista de rua. Na capital amazonense, eles tomam as principais Avenidas em horários alternativos para aproveitar os momentos tranquilos do trânsito manaura.

Foto Divulgação

A vida sem rotina. Essa é a filosofia do casal colombiano Puener Shances, 43 e Alessandra Duran, 21. Eles moram há um ano em Manaus e acham nas ruas da cidade, seu próprio sustento. "As pessoas ficam felizes com o nosso trabalho porque mostramos o melhor de nós. Muitas vezes, os motoristas não tem dinheiro, mas agradecem com um sorriso e até mesmo com atos carinhos", afirmou Sanches.

Há 15 anos, Sanches esteve na Amazônia. "A capital do Amazonas me recebeu de braços abertos. Até o final do ano queremos viajar para outros do Brasil, ter novas experiências", disse. Ao ser questionado sobre o retorno financeiro, Shances brincou. "Dá para sobreviver. Por dia, tiro quase R$ 40, tenho uma filha para criar, então preciso ter um bom desenpenho", contou.

Foto Divulgação
Malabares, monociclo e acrobacias, Puener e Alessandra, atraem a atenção dos motoristas de todas as fomas. A apresentação ganha um tom apressado, pois, o casal luta contra o tempo dos faróis. "Fazemos de tudo um pouco, e as pessoas gostam. É necessário praticar porque não é fácil", garantiu Alessandra.

Aos 18 anos, a colombiana Patricia Vergara (foto a baixo), conheceu por meio de amigos a arte circense. A família, não gostou da ideia. "Eles não entenderam, principalmente, a questão das viagens. Mas, com o passar dos anos, eles perceberam que sou feliz dessa forma", disse a jovem, após uma apresentação na rua Mário Ypiranga Monteiro (Antiga Recife).

Mas, quem pensa que vida de artista é fácil, a jovem conta o dia a dia. "Acordo quatro da manhã, pratico um pouco de malabares e vou para as ruas. Apesar de ser a mesma rotina, os dias nunca são iguais. Já visitei o Equador, Peru e Bolívia, lugares diferentes e que nos receberam bem, igual ao Brasil", contou. Sobre a sentimento que a faz continuar, Patricia responde sem pensar. "Faço as pessoas sorrirem e desestressar do trânsito. Isso já é um incentivo", afirmou a jovem.

O argentino Alan Panteón (foto a baixo), 23, chegou há três dias em Manaus e confessa que ainda está se acostumando com o calor. "No meu país existe o verão e inverno, mas aqui é calor todo o dia. Isso não atrapalha a minha performance nas ruas. Gosto de me apresentar", afirmou. Além das artes circenses, Parteón, recebe convites para outas apresentações. "Trabalho com tecidos e atuação também", disse.

Os planos do jovem artista não param. "Três anos na estrada e o lado positivo dessa vida é fazer nosso próprio horário. Muitas vezes, as pessoas são legais, no entanto, existem 'os dias' ruins. Em breve, estarei em Boa Vista e almejo ir à Venezuela. Quem sabe levar a arte circense para as terras mexicanas?", indagou o artista antes de correr para mais uma apresentação nas ruas de Manaus.

Dessa forma, eles levam a vida. Sem roteiros e certezas, apenas com  a convicção de levar arte e alegria às pessoas. “Os amazonenses são bastante receptivos. Eles sorriem e até mesmo aplaudem as nossas apresentações. É um lugar que vai deixar saudades”, disse o artista de rua, Puener Shances.


Fonte: http://www.cidadefmmanaus.com.br



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