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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Conheça o Yarn Bombing, grafite com tricô que leva cor e aconchego para as ruas

Foto divulgação
“Terça-feira, às 6h15, guerrilheiros do crochê de volta a ação!”. É assim que Alícia Roselló Gené, uma ativista do “knit graffit” (tipo de arte urbana que usa lã) convoca uma ação em Barcelona por meio de seu blog. Para participar da chamada “guerrilha”, cada participante tem que levar um pedaço de malha feita em tricô verde, com o propósito de reivindicar a falta de parques e áreas verdes no bairro.

Conhecido como “knit graffit” ou “yarn bombing” (em tradução livre, “explosão de lã”) a técnica consiste em envolver pedaços, recortes ou fios de lã em objetos urbanos com o propósito de levar mais aconchego e cor para as cidades. A ideia surgiu em 2005, com a texana Magda Sayeg, que fazia tricô em casa, mas teve a idéia de levar uma “arte mais humana para as ruas”.

Foto Divulgação
Magda é criadora do projeto pioneiro “Knitta, Please”, que a leva pelo mundo tricotando em grandes centros urbanos. Dentre algumas das ousadas peças organizadas por Sayeg estão a produção de um ônibus em El Salvador e ação com árvores de um Parque ao prédio do Capitólio, em Washington.

Em entrevista, artista Knotorious Meg de Virginia, nos Estados Unidos, fala sobre o perigo da arte de rua feita com lã acabar poluindo as ruas ao invés de enfeitá-las. “Normalmente, meus trabalhos são removidos pelos trabalhadores da cidade antes que haja algum perigo deles molharem ou estragarem. Se eles permanecem por vários meses e começam a desgastar, eu saio e removo eu mesma. Fiz uma ‘bomba de fios’ em Londres em outubro e um amigo recentemente me mandou uma foto mostrando que ela continua ativa, mas já está parecendo bem gasta. Então, pedi a ele para ir lá e removê-la. Eu quero iluminar as ruas, e não torná-las sujas”, diz Meg.

Essa prática é tomada pela maioria das “grafiteiras de lã”, que colocam em algumas de suas obras uma etiqueta com o nome do grupo, como uma forma de assinar a peça.

Foto Divulgação
“Knit Graffiti é definitivamente arte de rua”, diz Meg. “A cidade onde moro é muito rígida com grafite, mas parece pegar mais leve com grafites feitos com malha. Em uma entrevista por telefone para a imprensa local me perguntaram sobre a legalidade do que estou fazendo. A polícia afirmou que, enquanto o trabalho for removível e não causar danos permanentes ao imóvel, eu não iria entrar em apuros” .

Mesmo que homens participem das “guerrilhas”, as mulheres ainda são maioria nessa arte urbana e mesmo que sofram menos repressão policial, acham que sua arte não é entendida. “O grafite com lã pode ser muito relacionado com o grafite tradicional. No entanto, por ter uma aparência mais confortável, é mais fácil conseguir uma maior aceitação do público. Uma coisa que acho que os grafiteiros tradicionais talvez não entendam é quanto demora para cada peça de malha de tricô ser feita. Pode demorar horas para fazer apenas um pedacinho de malha, diz Leanne Prain do Yarn Bombing”.

“Existe uma mulher em Paris que usa o grafite para preencher buracos no asfalto. Além de belo, a malha pode ser fonte positiva contra o aquecimento global”, completa.

Publicada em UOL ENTRETENIMENTO.


Fonte: http://malaguetas.blog.br





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